Além do arsenal de técnicas que já utilizamos, será que
precisamos realmente de mais?
Respondendo com as evidências da realidade atual das organizações
ainda hoje, na grande maioria das empresas que projetam e fabricam produtos
manufaturados, encontramos estes sintomas:
a) Na fase de desenvolvimento, passamos vários ciclos
resolvendo problemas que surgem nas etapas finais de validação do produto, o
que atrasa o lançamento, além de aumentar o custo;
b) Na fase de manufatura, novos problemas aparecem às vezes
em condições mais amenas do que as testadas em laboratório. E ainda por cima,
reincidem alguns problemas que pensávamos terem sido resolvidos;
c) Na fase de uso, uma parte daqueles problemas se
manifesta, causando insatisfação dos clientes e aumento do custo de garantia.
O simples fato de que tais problemas sejam crônicos em
várias indústrias já é uma demonstração cabal de que o estilo tradicional de
resolver problemas de engenharia não é suficientemente eficiente para enfrentar
a complexidade envolvida nos produtos e processos da atualidade. Portanto, necessitamos
ferramentas mais eficazes para apoiar o processo de desenvolvimento de novos
produtos e processos industriais.
E por que tais problemas acontecem? A verdade é que não
existem produtos ou processos simples. Mesmo um produto tão trivial quanto um
parafuso possui um número bastante grande de variáveis envolvidas no projeto e
no processo de fabricação.
É sabido que cada país, ou cada cultura, tem uma forma
diferente de decisão, muito aceita e difundida nos costumes de cada nação. É algo vindo
de séculos e, em alguns casos, até milênios, chegando à forma corporativa
atual.
Podemos estudar os japoneses. Famosos pela filosofia de
busca da paz interior - utilizada desde sempre no Japão - os nipônicos não se
importam se uma decisão demorar até anos para ser colocada em prática.
Mas há uma vantagem nisto: Tudo o que é decidido é aceito
por 100% das pessoas que compõem um comitê executivo. Não há uma disputa de grupinhos
para decidir qual a ideia vencedora, e sim a busca, à risca, de paz entre todos
os membros, o que torna a ideia campeã muito mais consistente.
Os anglo-saxões da América foram inicialmente colonizados
com uma metodologia inglesa, mais rápida do que a oriental, porém com um número
maior de conflitos internos.
Mas os americanos deram forma a uma metodologia própria, com
decisões rápidas e certeiras, mas muitas vezes com discussões fortíssimas e clima
não muito bom. Porém se tornou a cultura difundida nos habitantes do país,
reforçando essa ideia.
Parte da Europa ficou ao acaso na história. Um clima melhor
do que o dos americanos, mas em alguns casos uma lerdeza incomum para a tomada
de decisões.
Não inclui nesta analise os ingleses e os alemães sendo um
pouco mais rápidos nas decisões, de onde decorre o fato de que vemos um número
maior de empresas da Inglaterra e da Alemanha que tem destaque mundial.
A primeira coisa que um método de solução de problema deve
nos dar é uma sequência definida de passos a serem seguidos na procura de
soluções. Isto pode incluir: a definição do problema, a coleta e análise de
informações, identificação das causas do problema, a geração de soluções, a
avaliação das soluções, a seleção de uma solução e sua implementação
(SAVRANSKY, 2000).
Se quisermos melhores resultados no desenvolvimento de
produtos, temos que romper com os meios tradicionais de praticar engenharia e
adotar novas metodologias e ferramentas.
Alguns aspectos comportamentais que ainda interferem na
definição de problemas. As deficiências
comportamentais interferem diretamente na análise dos problemas e frequentemente
resultam no tratamento equivocado dos mesmos. São:
a)
Confundir o problema com seus sintomas;
b)
Confundir suposições com fatos;
c)
Avaliar antes de investigar;
d) Agir
rapidamente, antes de pensar;
e)
Equiparar novas e velhas experiências, deixando de perceber as especificidades
da nova situação;
f) Ficar
na superfície e deixar de levantar questões que vão além dos aspectos mais
óbvios;
g)
Limitar a análise do problema ao seu campo de especialização profissional;
h) Orientar
decisões para um único objetivo, ignorando que muitos problemas envolvem múltiplos
aspectos que devem ser tratados simultaneamente.
Em resumo, deve-se examinar a situação sob diferentes aspectos
para determinar quais são mais importantes para o completo entendimento da
situação e a correta descrição do problema.
Na solução de problemas, de alguma forma, as pessoas seguem
intuitivamente, um caminho na procura da solução. Contudo, na sua maior parte
elas não têm consciência da sequência dos passos dados. Muitas vezes, o
processo se mostra confuso, demorado, custoso e pouco eficiente (NAVAS, 2011).
O aprendizado é praticamente nulo e cada problema é um
problema totalmente novo, mesmo que seja a centésima repetição da mesma situação. A
ausência de uma metodologia torna muito difícil replicar os processos bem
sucedidos e desenvolver as habilidades na solução de problemas.
FONTE: Metodologia Triz uma Opção para
Solução de Problemas
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