"A Inteligência é a Simplificação para Resiliência"
A ampliação e reformas no Canal do Panamá terá
consequências no mundo todo. Hoje, os maiores navios capazes de atravessar o
canal, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, carregam carga equivalente a
4.400 contêineres de 20 pés (TEU). Depois da expansão, este número será quase
triplicado, para 12.600. Já agora!
O
Frete Marítimo transoceânico está intimamente ligado com economias em escala, e
um navio capaz de carregar três vezes mais carga tem um impacto considerável no
custo, principalmente quando a alternativa é descarregar na costa oeste
americana e transportar a carga por trens até a costa leste. Isso ainda é muito
melhor do que fazemos hoje no Brasil, sem a disponibilidade de infraestrutura
dos modais ferroviários…
Hoje a viagem da Ásia até a costa oeste
americana, mais o trajeto dos trens até a costa leste leva em torno de 18 dias.
O trajeto sempre pela água, através do Canal do Panamá leva uns 22 dias,
aproximadamente o mesmo que através do Canal de Suez – uma rota alternativa (e
concorrente) da Ásia para a costa leste.
A viagem pelo mar também pode ser mais longa,
dependendo da velocidade do navio e da congestão das rotas escolhidas. Hoje,
70% das importações americanas vindas da Ásia chegam aos portos da costa oeste.
A opção navio+trens pode
custar entre 10% e 25% mais caro, dependendo de como uma determinada carga é
roteada para atender restrições de entrega (como just in time). As economias de um canal maior pode aumentar ainda
mais a diferença.
Executivos da Autoridade
Portuária de Georgia dizem que
varejistas tais como o Walmart
planejam enviar mais produtos através do Canal de Panamá renovado.
Isto não significa que os portos da costa oeste estejam
fadados ao fracasso. Eles tem melhores conexões ferroviárias e outras vantagens
infraestruturais que os portos da costa leste. Além disso, navios maiores
estão a caminho.
A revista The Economist
tem um artigo descrevendo
um navio da Maersk Lines capaz de
carregar 15,000 TEUs e que navios de até 18,000 TEUs estão sendo fabricados.
Estes gigantes não passarão nem pelo Canal do Panamá
renovado, e desde que portos como o Los
Angeles possam recebê-los, eles irão diminuir a vantagem de custo da rota
pelo Panamá.
Tem mais um ponto a ser lembrado. Como
os recentes eventos no Japão e Tailândia nos mostraram,
ter toda a sua produção centralizada num único lugar pode ser arriscado. O
mesmo pode ser dito para ter somente uma rota Logística.
Os transportadores gostam de alternativas. Conflitos
trabalhistas na última década fecharam alguns portos da costa oeste e enviaram
boa parte dos negócios para o Canal do Panamá, que nunca mais voltaram.
“O que não se pode discutir é que todo
o sistema Logístico tornou-se mais diversificado”, diz o diretor
executivo da Autoridade Portuária da Geórgia.
O menor custo oferecido pelo trânsito
através do Canal do Panamá vai diminuir o custo, sem alterar drasticamente o
fluxo de produtos.
FONTE: http://www.logisticadescomplicada.com
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