terça-feira, 5 de maio de 2015

A INTELIGÊNCIA LOGÍSTICA PORTUÁRIA Tráfego Portuário - VTMIS

"A Inteligência é a Simplificação para Resiliência"
A Secretaria de Portos da Presidência da República – SEP/PR vem formulando políticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento do setor de portos e terminais portuários, bem como apoiando e estimulando as iniciativas para modernização e aprimoramento de todos os serviços prestados pelo porto.
Também implanta projetos e ações vinculados ao Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, criando condições para reduzir custos operacionais e aumentar a eficiência dos portos, possibilitando o efetivo atendimento à crescente demanda do comércio exterior.
Neste contexto, o Governo está desenvolvendo nos portos públicos brasileiros um conjunto de ações denominadas “Inteligência Logística Portuária”. Entre as iniciativas está a implantação do VTMIS, sigla em inglês para Vessel Traffic Management Information System (Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações). Trata-se de um significativo avanço tecnológico para os nossos portos, pois o VTMIS equipa os principais e mais movimentados terminais no mundo.
O VTMIS é um sistema de auxílio eletrônico à navegação, com capacidade para prover a monitoração ativa do tráfego aquaviário. O objetivo do sistema é ampliar a segurança da vida humana no mar, a segurança da navegação e a proteção ao meio ambiente nas áreas em que haja intensa movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções.
Além disso, o VTMIS tem como uma de suas funções primárias a busca por uma melhora na eficiência da movimentação de cargas, utilização dos recursos e infraestrutura do porto e organização do tráfego aquaviário na área portuária, canais de acesso e fundeadouros. O sistema será integrado ao Porto Sem Papel.
O sistema caracteriza-se por ser uma poderosa ferramenta gerenciamento de dados, pois realiza a integração de um grande volume de informações provenientes de dispositivos e sensores.
Segundo a Recomendação V-128 da International Association of Marime Aids to Navigation and Lighthouse Authorities (IALA) sobre Requisitos Operacionais e Técnicos para o Desempenho de Equipamentos VTS, os elementos essenciais de um sistema moderno são: Radares, que possibilitam o rastreamento de embarcações, AIS (Automatic Identification System) que equipam os navios de grande porte; CFTV dotado de câmeras de longo alcance e visão noturna; sensores meteorológicos e hidrológicos; comunicações VHF; e um Centro de Controle Operacional (CCO-VTMIS), para o qual convergem todas as informações capturadas através dos sensores remotos.

O Centro de Controle Operacional do VTMIS deve ser localizado em área estratégica do porto, no qual operadores devidamente habilitados possam analisar o tráfego aquaviário. Futuramente outros módulos de gestão portuária podem ser agregados ao sistema.
De acordo com resoluções internacionais, o VTMIS é um serviço “implementado por uma autoridade competente, projetado para melhorar a segurança e a eficiência do tráfego de embarcações e para proteger o meio ambiente”.
O serviço deve ter a “capacidade de interagir com o tráfego e responder a situações que se desenvolvam dentro da área de VTS”. No Brasil, a Autoridade Competente de que trata essa resolução é a Marinha do Brasil, através do Centro de Sinalização Náutica e Reparos Almirante Moraes Rêgo (CAMR).
O CAMR representa o Brasil como Membro Nacional da IALA desde 1961 e membro do seu conselho desde 1998. Atualmente, o CAMR participa de quatro Comitês Técnicos da IALA, inclusive o de VTS, cujas reuniões contam com a participação em média de 75 pessoas representando 23 países.

No Brasil, o VTMIS integra o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Estão garantidos recursos da ordem de R$ 146,3 milhões para a implantação do sistema em seis portos brasileiros: Rio de Janeiro (RJ), Itaguaí (RJ), Santos (SP), Salvador e Aratu (BA) e Vitória (ES). Esses portos estão contemplados na primeira fase de implantação do sistema.
O VTMIS deve contratado por meio de licitação, na modalidade Regime Diferenciado de Contratação (RDC). O Porto de Vitória foi o primeiro do país a contratar o sistema.  A Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) assinou em agosto de 2014 a ordem de serviço para que o consórcio Indra VTMIS Vitória desenvolva projeto executivo, realize obras, instale equipamentos e treine funcionários num prazo de 38 meses .  O custo da obra é de R$ 22,9 milhões.

No Porto de Santos, o processo licitatório para implantação do VTMIS está em andamento. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), que iniciou o processo licitatório em 2013, recebeu, no dia 25 de abril de 2014, propostas de seis consórcios e duas empresas, somando oito licitantes. O certame contempla o fornecimento de equipamentos, software e treinamento de pessoal necessário à homologação pela Autoridade Marítima, incluindo as obras civis, pelo prazo de 44 meses. 

O Porto do Rio de Janeiro lançou edital em junho do ano passado, mas a legislação do RDC sofreu vários aperfeiçoamentos desde então, com a publicação de novos decretos de regulamentação, e o edital foi anulado para ser revisado. Atualmente, o texto do novo edital está em fase de ajuste final e deverá será relançado até o final do mês de junho.
O Porto de Itaguaí e o Complexo Portuário Salvador/Aratu estão com os projetos em fase de aprovação na Marinha do Brasil, que autoriza a implantação do VTMIS por meio de portaria. Somente após a publicação desta portaria será possível dar início ao processo licitatório.
Estão em desenvolvimento estudos para implantação do sistema em outros 10 portos: Rio Grande (RS), São Francisco do Sul, Itajaí e Imbituba (Santa Catarina), Fortaleza (CE), Itaqui (MA), Suape (Pernambuco), Belém e Vila do Conde (PA) e Manaus (AM). Os investimentos são estimados em cerca de R$ 230 milhões.
Os estudos para os dez portos, realizados pela Secretaria de Portos (SEP), são viabilizados por meio de acordo de cooperação técnica-científica com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Eles estão em fase de desenvolvimento e contemplam as especificações do Projeto de Implantação, em conformidade com a NORMAM 26-DHN da Marinha do Brasil, que é órgão responsável pela homologação do VTMIS, ou seja, pela autorização para o funcionamento do sistema no porto.

Tanto os portos que integram a primeira fase de implantação do VTMIS, cujos recursos já estão assegurados, como os portos que estão na fase de estudos deverão ter seus projetos aprovados pela Marinha. A aprovação segue a ordem de encaminhamento dos projetos.



É importante destacar que a SEP participa de todas as fases de implantação do VTMIS: elabora os estudos técnicos; desenvolve o anteprojeto com elevado grau de especificação e composto da documentação técnica que dá suporte para o processo licitatório; elabora a minuta do edital; acompanha a licitação; acompanha a implantação do sistema - para verificar o cumprimento dos requisitos técnicos; e a homologação da Marinha.
A SEP acompanhará ainda a operação e a manutenção do sistema por dois anos. O objetivo é que nesse período o VTMIS demonstre sua eficiência e o porto consiga torná-lo auto sustentável.
Cronograma das Licitações:  http://www.portosdobrasil.gov.br/

 FONTE: Secretaria dos Portos

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