
Define-se Auditoria, quanto a origem, como uma palavra advinda da língua
latina “audire”, que significa ouvir. A palavra Auditoria provém
da língua inglesa, mais precisamente do verbo inglês “to audit”, que significa examinar, ajustar, corrigir, e/ou
certificar.
A Auditoria está atrelada historicamente à atuação sobre resultados da
área Contábil-Financeira, por esta razão muitas conceituações de Auditoria até
pouco tempo atrás detinha-se neste foco. 
Ao longo dos anos, o conceito e definição de Auditoria sofreu, e ainda
vem sofrendo, evoluções, desprendendo-se de uma atuação com foco Contábil, e
passando para uma abordagem global e sistêmica da organização.
A maior abrangência evolutiva dos conceitos de Auditoria é um reflexo da
necessidade que os administradores das empresas têm em possuir uma unidade de
Auditoria Interna para assegurar que os Controles e procedimentos internos
adotados nos Processos executados estão propícios para garantir eficiência e
eficácia das áreas organizacionais, Estoques por exemplo, bem como para que
estas (áreas) possam fornecer informações precisas e no tempo hábil, visando
subsidiar os gestores da empresa nas tomadas de decisões em prol do cumprimento
de missões, objetivos e metas individuais (visão funcional, por setor ou área)
e gerais (visão sistêmica, o todo). 
A Auditoria Interna é
uma atividade independente e objetiva que presta serviços de avaliação
(assurance) e de Consultoria e tem como objetivo adicionar valor e melhorar as
operações de uma organização. 
A Auditoria auxilia a organização a alcançar seus objetivos adotando uma
abordagem sistemática e disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia
dos Processos de Controle.
.De acordo com o presente
conceito, a Auditoria Interna tem como função principal avaliar o processo de
gestão, no que se refere aos seus diversos aspectos referentes a melhoria das
Operações e Controles, apontando eventuais desvios e vulnerabilidade às quais a
organização está sujeita.
 “Mas, qual a definição de
Auditoria Interna de Processos?”. 
Consiste em um processo contínuo de avaliação das ações, procedimentos e
métodos inseridos em categorias de Processos organizacionais, a nível
Operacional, Tático e Estratégico, com o intuito de informar à Administração se
as diretrizes planejadas estão efetivamente e adequadamente implantadas, bem
como da existência de fatores indesejáveis que interfira de alguma forma na
eficiência e eficácia da organização.
Tais conceitos sugeridos de Auditoria Interna de Processos foram
desenvolvidos na visão de poderem ser aplicáveis em organizações de qualquer
porte e segmento, entretanto, pode-se e deve-se adotar o que melhor reflete
e/ou enquadra-se à realidade organizacional.
O posicionamento da Auditoria Interna, numa visão atual do seu
funcionamento, centra a sua atenção, não na Auditoria aos órgãos da empresa,
mas às atividades / Processos que esta exerce.
 Nesta concepção, a Auditoria Interna constitui
uma função de apoio à gestão e, além de importante, tornou-se imprescindível no
mundo empresarial atual, visto que assessora as empresas na obtenção de
eficiência e eficácia dos Processos e recursos internos. 
Os Estoques constituem
um dos principais Ativos de toda e qualquer organização. Por constituir Ativos importantes,
se faz necessário uma ação eficaz de Auditoria para determinar as quantidades e
a qualidade dos mesmos, assim como conferir a exatidão dos cálculos referentes
a seus valores.
Recomenda-se que a
empresa deva buscar uma organização em seus Processos internos no sentido de
controlar e fazer vigilância permanente de seus Estoques, sua guarda, manuseio
e movimentação.
O Controle de Estoque,
portanto, deve ser racionalmente dimensionado, não podendo ser maior do que o
necessário para que a empresa não comprometa o seu Capital de Giro nem muito
pequeno para que não comprometa o suprimento das necessidades da empresa. 
O descontrole dos Estoques
pode ocasionar sérias consequências à, empresa, como o aumento de custos e de
despesas financeiras, ociosidade de recursos e redução da lucratividade. 
Outro aspecto que deverá
ser mensurado nos Estoques são perdas, provocadas pelas rupturas, furtos, erros
operacionais, avarias e alguns outros tipos de desperdícios. Também deverão ser
consideradas as normas contábeis, cujas operações precisam está em conformidade
com a legislação vigente.
Uma das principais
diferenças entre a empresa atual e a antiga é a constante procura de melhoria nos
desenhos dos Processos, eliminando atividades que não agregam valor. 
Os Processos,
necessariamente, devem ser desenhados de forma que sejam ágeis, flexíveis e de
baixo custo. Assim sendo, desperdício zero, sem atividades não conformidade.
As empresas precisam
necessariamente concentrar esforços na busca de seu aprimoramento, não apenas
com inovação tecnológica, mas também com a eliminação de desperdícios (Filosofia
JIT) que consiste em todo insumo consumido de forma não eficiente e não eficaz.
Pode-se elencar uma
infinidade de tipos de desperdícios nos Estoques; desde a falta de Treinamento
do Operacional até a não observância da validade de alguns dos itens no
Estoque.
As atividades envolvendo
a área de Estoques oferecem ao Auditor excelentes oportunidades para ele
desenvolver recomendações construtivas, visando ao aprimoramento dos Controles
e Redução de Custos da empresa que estar sendo Auditada.
Em virtude da grande
concorrência existente em qualquer setor da economia e da necessidade que as
empresas têm em controlar os seus Ativos, a Auditoria de Estoques passou também
a ser utilizada como uma ferramenta estratégica de gestão. 
Nos mais
variados tipos de negócios, a Gestão de Estoques foi por muito tempo relegada a
um segundo plano. Roubo, furtos, desvios, avarias, cadastro irregular de
produtos, erro de digitação, negligência no recebimento (entrada de
mercadorias) e a displicência na operação de caixa são fatores que dia-a-dia
comprometem o Controle de Estoque resultando consequentemente em perdas
econômicas e financeiras.
Esses aspectos também
tem sido objeto alvo da Auditoria e da Controladoria interna principalmente de Negócios
varejista.
Ainda no tocante ao
Negócio varejista o Estoque se destaca como sendo um item alvo para Redução de
Custos, não apenas pela sua relevância dentro do Custo Total frente à margem
das empresas, mas principalmente, pelo valor imobilizado nesta conta do Ativo pois
afeta diretamente o retorno sobre o capital dos cotistas/acionistas. 
Outro fator importante
para evidência do custo financeiro do Estoque é o mercado global dos últimos
anos do século XX, que foram marcados pelas taxas recordes de juros reais. 
No Brasil, a situação
tem sido ainda mais difícil, pois o governo por inúmeras vezes vem recorrendo
ao aumento da taxa básica de juros, como forma de frear o consumo para impedir
a volta da inflação. 
No entanto, esta medida
também aumenta os juros do mercado em geral e torna o custo de Estoque caro em
comparação aos países desenvolvidos.
A forma pela qual o Auditor
se satisfaz quanto à existência efetiva dos Estoques é a contagem física.  Não importa quão eficiente é o sistema de
registro contábil dos Estoques empregado pela organização, a contagem física
faz-se necessária para assegurar que o registro contábil reflita com propriedade
exata a existência física.
O inventário
físico refere-se à contagem de materiais de um determinado grupo ou mesmo todos
os itens em estoque para confronto com a contabilidade. Ele tem dois objetivos
específicos, sendo o levantamento real da situação do Estoque para ser levado
ao balanço da empresa e uma Auditoria da situação do Estoque e procedimentos
desenvolvidos no Almoxarifado. 
O inventário físico, tem
sua relevância pois essa atividade está presente e é uma preocupação em todos
os tipos de empresa. Ele representa um procedimento de Controle que visa apurar
as responsabilidades das pessoas que custodiam os bens da empresa. Daí é
recomendável que os participantes da contagem não sejam as pessoas responsáveis
pela custódia dos Estoques.
Um bom sistema de Controle
interno, as empresas utilizam o Processo de inventários permanentes rotativos,
objetivando reduzir custos e evitar a paralisação durante o balanço geral.
Porém, existem algumas outras que fazem inventários físicos de todos os bens do
Estoque apenas no final ou próximo do final do exercício social.
O Estoque normalmente se
configura como um dos maiores itens do Ativo do balanço e, sendo constituído de
grande variedade de itens, diversificados quanto à sua natureza e tamanho,
exigirá muito trabalho, demandando boa organização e grande atenção para o bom
êxito do serviço. 
Nesse sentido, cabe ao Auditor observar o desenvolvimento do
inventário físico do Estoque, determinando com exatidão as classificações desse
inventário.
Para concluir, esse
artigo revela a importância da Auditoria de Estoques, bem como as principais
técnicas utilizadas para comprovar as veracidades dessas informações. 
São apresentados conceitos
sob a ótica de alguns autores para compreender a importância da Auditoria dos
Estoques, pois representa uma ação importante para aferir os investimentos, na
formação do capital de giro e no impacto da determinação do lucro real das
empresas. 
O levantamento
específico de produtos/mercadorias é o valioso instrumento, utilizado na Auditoria
fiscal-contábil, que envolve não apenas as mercadorias existentes nos estoques,
mas também o fluxo de entradas e saídas. Segundo LIMA, (1988, p.29) é “a
fórmula que consiste no acompanhamento físico da circulação de mercadorias,
criteriosamente especificados, a fim de que o fisco possa concluir pela
regularidade ou não do lançamento tributário.” 
A aplicação desse
procedimento, se faz necessário que o contribuinte auditado, esteja obrigado a
cumprir a obrigação acessória de emitir notas fiscais sempre que promover
saídas de mercadorias, a qualquer título. 
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