O Brasil vem acompanhando
manifestações em vários municípios que declaram insatisfação com o atual
sistema político que, cercado pela corrupção, fica alheio às necessidades de
melhorias nos setores de transporte, educação, saúde, segurança e
infraestrutura.
Uma política cara e pouco
eficiente vem se mostrando ainda pouco preocupada com uma nova forma como a
população a enxerga. Os excessos cometidos por alguns parlamentares demonstram
que a necessidade de uma reforma política é vista no final de uma longa
estrada. Talvez não esteja tão longe assim se observada com os olhos do povo.
Claro que nada acontece do
dia para noite. Basta observarmos que há quinze anos não tínhamos acesso às
contas públicas. Ainda não têm a transparência necessária, mas hoje já se sabe,
pelo menos, qual o custo com pessoal da máquina pública que, por sinal, em 2013
representará mais de R$ 108 bilhões.
O que realmente evoluiu de
uma forma bem mais rápida foi um povo consciente de que sua qualidade de vida
está ligada à política e se essa vai mal, a saúde, a segurança, o emprego vai
mal. Essa foi, sem dúvidas, a vitória mais significativa dos últimos tempos.
Embora pequena para poucos, muitos estão incluindo assuntos políticos onde
assuntos esportivos reinavam absolutos. A história de que falar de política é
perda de tempo está, cada vez mais, ficando no passado.
O sistema político é o
cérebro de um país. As pessoas vêm atrelando seus fracassos e conquistas
pessoais em meio à situação gerada por esse sistema. Mais exigentes, essas
pessoas desenham um novo quadro definido com o voto e com um acompanhamento
mais atento àqueles escolhidos para representá-las.
O que ainda dificulta o
caminho político no Brasil é a quantidade de partidos políticos. Considerando
que, teoricamente, cada partido representa uma ideologia, a política brasileira
perde o foco, pois hoje são trinta partidos políticos e outros trinta e um
buscando efetivação em meio a tantas diversidades. Nos Estados Unidos, por
exemplo, os Republicanos e os Democratas compõem os dois partidos do desenho
político daquele país. Há como comportar tantas ideologias políticas no Brasil?
Mudanças estão sendo
propostas. Plebiscitos ainda buscam salvar os interesses da própria política
definindo recursos de campanhas que, antes de uma reestruturação, de nada
servirão senão para alimentar a ilicitude. Projetos estão nascendo para
dificultar a visibilidade, a clareza das contas públicas com o intuito de
alienar o povo agora mais ativo.
Não se pode esperar que a
mudança parta de dentro de um sistema cujos interesses não atendam às
necessidades do povo. Essa mudança parte de fora; parte do maior interessado: o
povo. Afinal, o que esperar de um corpo doente, contaminado por séculos e
enfraquecido pelos organismos que corrompem mais e mais o que ainda há de são?
Esperar que o antídoto saia desse meio é como esperar que uma criança aprenda
sem uma professora ou um paciente seja curado sem um tratamento médico, ou
ainda que um médico cure um grande mal sem o uso de remédios. O remédio para
esse sistema vem do povo, e só dele. Ou continuar defendendo o óbvio para
conquistar aquilo que já é de direito.
O que muda com uma nova
política? Essa resposta talvez ainda precise de um pouco mais de tempo, mas as
pessoas que se atentaram aos problemas antes desprezados no dia a dia sabem o
que mudou NO POVO: Formou-se um “médico” para cuidar do “doente”.
FONTE: Logística
Descomplicada.com
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