O processo educacional do ser humano requer uma revisão constante de
conceitos, crenças e práticas, caso contrário a pessoa será vítima de um
condicionamento de massa restringindo o leque de escolhas e a liberdade.
Como escolher um curso que
realmente atenda as necessidades de expansão de uma nova consciência, diante de tantas ofertas e promessas? Como descobrir qual aquele treinamento que
realmente irá trazer resultados e uma real melhoria na qualidade de vida ?
Os melhores cursos são aqueles que proporcionam reflexões resultando em transformações
consistentes e duradouras, o que não pode ser confundido com aquela avaliação sentimental
feita logo após o treinamento. Muitos
se deixam levar por declarações emocionais superficiais e passageiras, que não
se traduzem em mudanças de hábitos.
Depois de alguns dias, tudo volta ao normal, ou melhor, ao que era
antes.
É comum, ao findar um curso de curta duração, as pessoas se sentirem
“tocadas” com alterações de humor, no entanto sem ferramentas para dar sustentabilidade
e uma real transformação, pois não se apropriaram das técnicas de
autoconhecimento e autodesenvolvimento.
O pouco tempo de duração dos cursos servem de excitação do sensorial e
não conseguem verticalizar as informações com a profundidade necessária para
quebrar o condicionamento antigo.
O Marketing pesado usado para vender os cursos comportamentais tem o
objetivo de convencer o consumidor de que tudo irá mudar para melhor, sem o
menor esforço, de fora para dentro. As pessoas compram o milagre de uma nova
vida cheia de bem estar, através do carisma de um instrutor que exige apenas do
participante o pagamento do valor correspondente, a presença nas aulas e bater
palmas no final. Acreditando que a solução vem por uma voz de fora,
cria-se um relação de dependência
e não de libertação.
Promessas não faltam e as pessoas ávidas por encontrarem soluções fáceis,
engrossam as filas na ilusão de obter respostas prontas e rápidas. Quando elas não aparecem, deve-se procurar
nos dvds, livros e outros instrumentos de apoio que também são vendidos em
larga escala.
O que realmente funciona? Onde encontrar a fonte verdadeira? Primeiramente, conscientizar-se de que não se
pode terceirizar o processo evolutivo. A educação de cada um é uma tarefa
indelegável. Um instrutor poderá apenas mostrar uma estrutura que facilite o
processo, ou apontar o caminho que deverá ser trilhado pela própria pessoa.
O autoconhecimento é intransferível e a cura acontece internamente através de um processo
de reflexão conduzida por uma observação das leis da natureza. Afinal para descobrir o que temos de
afinidade com a natureza basta sentar debaixo de uma árvore, a exemplo do Buda,
que sem precisar de instrutor ou de curso, silenciou sua mente de desejos e se
tornou um canal para receber a informação essencial. Este processo não aconteceu em oitenta horas
ou em um final de semana, pois cada ser
tem sua própria carga horária, seu tempo
de assimilação e elaboração para concluir o curso do rio da própria vida. Simples assim? Não, antes da iluminação Buda
fez o dever de casa e transformou vícios em virtudes através do domínio dos
pensamentos, sentimentos e ações.
Quem realmente quer entrar na
correnteza sagrada da vida não se perde em detalhes irrelevantes como o de
receber um certificado no final, seja
ele nacional ou internacional, de papel fosco ou brilhante, de cor preta ou
branca. O que tem sentido é o fato da
pessoa descobrir o potencial e utilizá-lo para gerar justiça, beleza e
harmonia.
Em uma sociedade que se restringe a ver a pessoa apenas pelo aspecto sócio
econômico; as sensações de posse, prestígio
e poder são os ingredientes incluídos na receita de felicidade comprada “sob
encomenda”, trazendo tanto encantamento quanto decepção.
Para os que querem encontrar as respostas que dão sentido à vida, é
preciso comprometer-se em se concentrar nos princípios da natureza humana e
viver dentro das lições aprendidas de coerência, transparência e ética. O ideal é atender o chamado do coração, ao invés de se deixar levar pelos apelos da
publicidade que tudo promete e se elege como
solução única de todos os males.
Desconfie dos que prometem transformações extraordinárias e fáceis. O
caminho do autoconhecimento requer esforço, dedicação, compromisso e nem sempre
é agradável aos sentidos. Às vezes uma
boa reflexão mostra uma verdade que se quer desconhecer e neste momento, é
preciso acordar o instrutor interno para resgatar o sábio, o mago, o mestre
inspirador e o herói corajoso adormecido dentro e no centro de cada um.
Magui Guimarães
Obrigado minha Amiga pelo envio do artigo. Acredito que já havíamos comentado algo parecido no nosso último encontro Unifor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário