quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O Por que da Engenharia Logística no Brasil

 O que se tem percebido nos últimos indicadores econômicos, na sua grande maioria, apontam para o desenvolvimento industrial como a grande alavanca para o crescimento do país, pois esse segmento vem, nos últimos anos, se mostrando como a principal via de geração de empregos.
 Um exemplo é a Indústria de manufatura forte coloca o país em posição confortável, pois o mesmo deixa de depender somente de commodities, partindo para produção de bens finais e de maior valor agregado. 
 No entanto, existe uma condição fundamental para que esse “status quo” seja implantado e mantido, que é o nível de capacitação dos trabalhadores desta indústria moderna. Processos mais complexos, mais rápidos e com um custo cada vez menor é o desafio da indústria de manufatura. Esse desafio chama-se LOGÍSTICA!
 Não  adianta nada o Brasil ter o seu PIB voltando a crescer de maneira pujante se não existir infraestruturas, principalmente na área de Logística, capazes de fazer com que a produção chegue até o mercado consumidor. Essa “ponte” que a Logística se encarrega de fazer, durante muitos anos foi tratada de uma maneira pouco técnica e muito empírica e de caráter meramente operacional, principalmente quando eram abordados temas relacionados a Transporte, Movimentação e Armazenagem de Materiais e Gestão de Estoques.
 Essa má conduta deixou como herança uma significativa elevação dos custos operacionais (logísticos), em função de ineficiência, retrabalhos, falta de sinergia, acarretando aumento nos custos invisíveis inclusive, entre outros pontos fundamentais à sobrevivência das organizações em um cenário de competição global.
Costumeiramente se diz que se aprende "pelo amor ou pela dor" e, no caso da Logística, infelizmente no Brasil vem aprendendo pela dor. Antes tarde do que nunca! 
 A Logística é o ícone, a palavra de ordem e o tema central de todas as decisões estratégicas que envolvem o crescimento do país. Problemas crônicos de infraestrutura que ajudam, sobremaneira, a onerar ainda mais o “custo Brasil” continuam sendo debatidos, porém, com um viés estratégico e de longo prazo. 
 O país precisa produzir mais, porém, precisa também entregar de maneira mais eficiente e eficaz essa produção, pois na maioria das vezes custa mais caro não entregar ou entregar errado. Portanto, o nível de serviço associado à produção passou a ser o cerne de toda a questão Logística para as organizações.
 De que adianta o Governo brasileiro estimular e subsidiar a produção se não tem estradas, infraestrutura para escoar toda essa produção?
Há uma estimativa de que somente as ineficiências (devoluções, avarias, multas, etc) nas operações de transportes oneram as organizações em aproximadamente 10% a 15%. Problemas de gestão e prevenção de perdas (avarias, furtos e roubos) geram prejuízos de até 6% da receita operacional líquida das organizações. Na armazenagem o problema se repete com o mau aproveitamento do espaço disponível (armazéns pouco ou mal verticalizados). Utiliza-se, em média, 25% do espaço total disponível.
Registrados esses problemas, se somam a baixa eficiência na gestão dos estoques e, consequentemente, aumentarão o número de itens em giro, obsoletos e/ou produtos vencidos, necessitando assim de uma área maior para armazenagem, além de mais recursos operacionais. Acrescentam-se problemas com o layout, manuseio deficiente e fluxo de materiais os quais podem gerar acréscimos nos custos operacionais na ordem de 15%.
Tem-se percebido assim a importância de uma atuação mais sistêmica e estratégica da Logística. As ações de planejamento, gestão e integração/colaboração são as atividades mais importantes e que terão impactos diretos em todas as outras atividades operacionais.
 A ênfase está em “Planejar antes de agir, para fazer certo da primeira vez”. Essa é a mensagem de ordem, porém, nesse contexto, necessita-se de profissionais capazes de lidar com toda essa complexidade e liderar projetos colaborativos em todos os níveis de decisão.
 Tarefa essa árdua e difícil pois faltam profissionais capacitados tecnicamente, e com um perfil eclético e multidisciplinar que possuam conhecimentos nas diversas áreas de competência pelas quais navega a Logística.
Nos dias de hoje, tem-se notado que os cursos de Bacharelado em Administração e Engenharia de Produção que tratam de algumas áreas de competência da Logística; o foco central do curso não está voltado para a formação do Profissional em  “Logística” e sim para a formação do Administrador e do Engenheiro. 
 Mais recentemente, com o ressurgimento dos Cursos Superiores de Tecnologia, verificou-se o aparecimento de uma formação focada na área de Logística, porém, ainda carente de uma robustez que somente um curso de engenharia poderia fornecer a este profissional. 
 E por que não a criação de um curso de ENGENHARIA LOGÍSTICA? Isso mesmo, ENGENHARIA LOGÍSTICA!  Existe a possibilidade real de  inúmeros fatos que comprovam a necessidade desse profissional.
A Logística é um dos principais entraves ao crescimento econômico do Brasil por conta da carência de infraestrutura, conforme já mencionado anteriormente. 
 O PAC – Programa de Aceleração do Crescimento - é completamente lastreado em ações na área de Logística e, alguns setores do Governo, já algum tempo, sinalizam para a necessidade de criação de um Ministério Especial de Logística. 
 Aliás, se o Brasil estivesse na vanguarda das ações estratégicas da economia, já não teria mais um Ministério de Transportes e sim um Ministério de Logística que é muito mais abrangente e sistêmico. Enfim, fica clara a necessidade de massa crítica para atuar nesse importante e decisivo setor da economia brasileira e esse profissional é o ENGENHEIRO DE LOGÍSTICA!
As últimas duas décadas deram sinais evidentes da necessidade por profissionais com uma formação específica em Logística que aborde de maneira interdisciplinar conhecimentos de Economia, Administração de Empresas, Comércio Exterior, Matemática, Estatística e Engenharia. 
 Um profissional com esse perfil é completamente aderente as demandas das Indústrias, de Atacadistas, Varejistas, Operadores Logísticos, Transportadores e dos mais diversos segmentos pelo caráter transversal que a competência em Logística determina.
Todas as competências básicas obrigatórias de um curso de Engenharia são completamente aderentes ao escopo da Logística.

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