Os orçamentos Empresariais tem a preocupação de
antever as receitas X despesas da empresa. Refere-se a despesas, como todos os
custos e despesas.
Qualquer orçamento, salvo os orçamentos iniciais de
uma entidade (quando meras projeções de um negócio ou atividade futura)
baseia-se em dados históricos, fatos
ocorridos no passado que permitem um mínimo de previsibilidade.
Como a contabilidade é o registro de fatos históricos das operações
econômicas e financeiras, obviamente que é o principal elemento de pesquisa na formação de premissas
orçamentárias.
PREVISÃO DE
VENDAS
Para previsão de vendas, se utilizará a
contabilidade como indicativo:
1. Qual
o nível histórico de vendas (valores nominais, em R$)?
2. Qual
a sazonalidade do negócio?
3. Qual
a representatividade dos novos negócios (ou produtos) já concretizados?
PREVISÃO DE
COMPRAS
Uma vez definido o nível de vendas orçado,
estima-se o nível de compras necessário para a tal volume de negócios.
NÍVEL DE
COMPRAS
Assim como as vendas, as compras
sofrerão influências, tais como:
1. Nível
de preços decorrentes dos ajustes de tabela dos fornecedores.
2. Variação de volume, em função de
variação de volume de vendas físicas (unidades).
VARIAÇÃO DE PREÇOS
NAS COMPRAS
A inflação interna da empresa é diferente da
inflação oficial (medida por índices como o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas,
INPC do IBGE, etc.).
VARIAÇÃO DE
VOLUME
O próximo passo é ajustar o volume
(físico) de compras ao volume (físico) de vendas projetadas.
CUSTO DOS PRODUTOS E
MERCADORIAS VENDIDAS
Uma vez determinado o volume de
compras, por dedução, se apurará o custo dos produtos e mercadorias
vendidas.
A fórmula de apuração do CPV ou CMV
é:
CPV ou CMV = Ei + C – Ef
Onde:
CPV = Custo dos
Produtos Vendidos
CMV = Custo das
Mercadorias Vendidas
Ei = Estoques
Iniciais
C = Custo das Compras
Ef = Estoques Finais
Nota: nesta terminologia, CPV
relaciona-se aos produtos fabricados (atividade industrial), e CMV ás
mercadorias adquiridas para revenda (atividade comercial).
CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS
No orçamento de custos e despesas
operacionais, a contabilidade terá
relevância, pois apresentará os valores históricos, relacionando o nível de
operações com os correspondentes desembolsos, tais como: tributos sobre vendas,
folha de pagamento, despesas gerais de produção, despesas administrativas e de
vendas, despesas financeiras, etc.
A contabilidade, como fornecedora de informações regulares e
acumuladas sobre desembolsos relativos a custos e despesas operacionais, será uma grande fonte histórica de dados
para a projeção orçamentária de tais despesas.
VARIAÇÃO DE PREÇOS
A tendência é que os preços, em mercado
livre, tenham convergência para os principais índices de inflação. Assim, um
orçamento com base histórica na contabilidade precisará estimar tais índices e
aplicá-los sobre os valores nominais incorridos no exercício anterior.
VARIAÇÕES
FÍSICAS/QUANTITATIVAS
A abertura de uma filial, a expansão
(ou redução) de negócios e linhas de produtos, a introdução de serviços ou
modernização de atividades irão exigir que as projeções orçamentárias incluam
tais aspectos em sua base.
DESPESAS NOVAS
Não somente a expansão dos negócios
exigirá despesas novas.
Boa parte dos novos custos e despesas
empresariais relacionam-se com obrigatoriedade de atendimento de legislação,
reestruturação operacional, modernização ou outros itens que não implicam,
necessariamente, em novos negócios (receitas).
RECEITAS E DESPESAS
FINANCEIRAS
A grande dificuldade dos gestores de
empresas é prever, com antecedência, quais os custos financeiros que serão
incorridos nas atividades.
Novamente, a contabilidade tem uma
contribuição específica para tais projeções.
A tais valores, acrescenta-se o
resultado dos encargos já contratados e devidamente recolhidos.
ORÇAMENTO INTERVALAR*
O autor deste artigo, Júlio César Zanluca, agregou algumas variáveis para justificar como
elaborar um orçamento empresarial. Os grifos são de minha autoria.
Os fatos históricos que são registrados na
contabilidade servem apenas como referência para elaboração de orçamentos e não
como fontes críveis de informações atualizadas. Orçamentos quando elaborados somente
com dados registrados na contabilidade, CORRE grande risco do mesmo estourar,
como é rotina, que se constata no dia a dia das empresas.
Qual a solução recomendada para minimizar que o
orçamento extrapole? É trabalhar com um Orçamento Intervalar!
Suponha que o orçamento para compras para os
próximos dois meses seja R$ 100.000,00. Então se estipula um percentual sobre o
valor absoluto (do orçado) ou estima um valor também absoluto abaixo do orçado.
Exemplo: [R$
80.000,00 ; R$ 100.000,00]. Quando se
chega próximo ou no valor de oitenta mil, ascende a “luz amarela” que significa cautela para não ultrapassar o
que foi orçado. Assim sendo, a
probabilidade do orçamento estourar é bem inferior ao que foi orçado somente
naquele valor único absoluto.
.A tese de Orçamento
Intervalar é de minha autoria. Agora já devidamente explicitado, que o público fique à vontade a realizar
orçamentos com base na minha tese.
Solicito aos que usassem o Orçamento Intervalar que envie relatos sobre suas experiências.
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