terça-feira, 11 de junho de 2013

“ESTOUROU” O ORÇAMENTO? A SOLUÇÃO: ORÇAMENTO INTERVALAR*

Os orçamentos Empresariais tem a preocupação de antever as receitas X despesas da empresa. Refere-se a despesas, como todos os custos e despesas. 
Qualquer orçamento, salvo os orçamentos iniciais de uma entidade (quando meras projeções de um negócio ou atividade futura) baseia-se em dados históricos, fatos ocorridos no passado que permitem um mínimo de previsibilidade. 
Como a contabilidade é o registro de fatos históricos das operações econômicas e financeiras, obviamente que é o principal elemento de pesquisa na formação de premissas orçamentárias.

 PREVISÃO DE VENDAS 
Para previsão de vendas, se utilizará a contabilidade como indicativo
1.      Qual o nível histórico de vendas (valores nominais, em R$)?
2.      Qual a sazonalidade do negócio?
3.      Qual a representatividade dos novos negócios (ou produtos) já concretizados?

PREVISÃO DE COMPRAS
Uma vez definido o nível de vendas orçado, estima-se o nível de compras necessário para a tal volume de negócios. 

NÍVEL DE COMPRAS 
Assim como as vendas, as compras sofrerão influências, tais como: 
1.      Nível de preços decorrentes dos ajustes de tabela dos fornecedores.
2.      Variação de volume, em função de variação de volume de vendas físicas (unidades).

VARIAÇÃO DE PREÇOS NAS COMPRAS 
A inflação interna da empresa é diferente da inflação oficial (medida por índices como o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, INPC do IBGE, etc.).

VARIAÇÃO DE VOLUME 
O próximo passo é ajustar o volume (físico) de compras ao volume (físico) de vendas projetadas. 

CUSTO DOS PRODUTOS E MERCADORIAS VENDIDAS 
Uma vez determinado o volume de compras, por dedução, se apurará o custo dos produtos e mercadorias vendidas. 
A fórmula de apuração do CPV ou CMV é: 
CPV ou CMV = Ei + C – Ef 
Onde: 
CPV = Custo dos Produtos Vendidos
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
Ei = Estoques Iniciais
C = Custo das Compras
Ef = Estoques Finais
Nota: nesta terminologia, CPV relaciona-se aos produtos fabricados (atividade industrial), e CMV ás mercadorias adquiridas para revenda (atividade comercial).

CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS 
No orçamento de custos e despesas operacionais, a contabilidade terá relevância, pois apresentará os valores históricos, relacionando o nível de operações com os correspondentes desembolsos, tais como: tributos sobre vendas, folha de pagamento, despesas gerais de produção, despesas administrativas e de vendas, despesas financeiras, etc.
A contabilidade, como fornecedora de informações regulares e acumuladas sobre desembolsos relativos a custos e despesas operacionais, será uma grande fonte histórica de dados para a projeção orçamentária de tais despesas.

VARIAÇÃO DE PREÇOS 
A tendência é que os preços, em mercado livre, tenham convergência para os principais índices de inflação. Assim, um orçamento com base histórica na contabilidade precisará estimar tais índices e aplicá-los sobre os valores nominais incorridos no exercício anterior.

VARIAÇÕES FÍSICAS/QUANTITATIVAS 
A abertura de uma filial, a expansão (ou redução) de negócios e linhas de produtos, a introdução de serviços ou modernização de atividades irão exigir que as projeções orçamentárias incluam tais aspectos em sua base.

DESPESAS NOVAS 
Não somente a expansão dos negócios exigirá despesas novas. 
Boa parte dos novos custos e despesas empresariais relacionam-se com obrigatoriedade de atendimento de legislação, reestruturação operacional, modernização ou outros itens que não implicam, necessariamente, em novos negócios (receitas). 

RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS 
A grande dificuldade dos gestores de empresas é prever, com antecedência, quais os custos financeiros que serão incorridos nas atividades. 
Novamente, a contabilidade tem uma contribuição específica para tais projeções. 
A tais valores, acrescenta-se o resultado dos encargos já contratados e devidamente recolhidos.

ORÇAMENTO  INTERVALAR*
O autor deste artigo, Júlio César Zanluca, agregou algumas  variáveis para justificar como elaborar um orçamento empresarial. Os grifos são de minha autoria.
Os fatos históricos que são registrados na contabilidade servem apenas como referência para elaboração de orçamentos e não como fontes críveis de informações atualizadas. Orçamentos quando elaborados somente com dados registrados na contabilidade, CORRE grande risco do mesmo estourar, como é rotina, que se constata no dia a dia das empresas.
Qual a solução recomendada para minimizar que o orçamento extrapole?  É trabalhar com um Orçamento Intervalar! 
Suponha que o orçamento para compras para os próximos dois meses seja R$ 100.000,00. Então se estipula um percentual sobre o valor absoluto (do orçado) ou estima um valor também absoluto abaixo do orçado.
Exemplo:  [R$ 80.000,00 ;  R$ 100.000,00]. Quando se chega próximo ou no valor de oitenta mil, ascende a “luz amarela”  que significa cautela para não ultrapassar o que foi orçado.  Assim sendo, a probabilidade do orçamento estourar é bem inferior ao que foi orçado somente naquele valor único absoluto.
.A tese de Orçamento Intervalar é de minha autoria. Agora já devidamente explicitado,  que o público fique à vontade a realizar orçamentos com base na minha tese.
Solicito aos que usassem o Orçamento Intervalar que envie relatos sobre suas experiências.



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