quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ele ganha para beber em serviço


Brasileiro está por trás de Oscar da coquetelaria

Márcio Silva bebe no serviço. Mais que isso: ganha para beber. "Por dia, tomo pelo menos dez coquetéis." Consultor de bares, é o brasileiro por trás do World Class, o maior concurso de bartenders do mundo. Oscar da coquetelaria, o evento está na 4.ª edição e, pela primeira vez, tem sua final mundial no Brasil - as anteriores foram em Londres, Atenas e Nova Délhi. Vai até sábado no Copacabana Palace, no Rio.
Aos 35 anos, Márcio é referência no setor - treina bartenders de 20 casas paulistanas e 35 do Rio. Na lista, estão os bares Astor e Pirajá e os restaurantes Due Cuochi, Kaá e Eñe.
Sua trajetória foi cheia de reviravoltas. Nascido em Assis Chateaubriand (PR), foi criado na capital paulista, para onde se mudou aos 3 meses. Na adolescência, lutou tae-kwon-do. "Fui da seleção brasileira juvenil, disputei campeonatos fora do Brasil."
Com 17 anos, decidiu mudar para a Inglaterra. Lá, fez bicos de eletricista a bike courrier. Até que foi parar em uma rede internacional de restaurantes. Começou como lavador de pratos e foi subindo. Aos 22 anos, já era treinador internacional da rede e coordenador da implantação de casas em outros países. A essa altura, estava se formando em Engenharia Química, em Londres, com foco em alimentos e bebidas. Terminou em 2000 e, no ano seguinte, foi para a Espanha implantar restaurantes da rede. "Foi quando comecei um trabalho paralelo de consultor de bares. Em pouco tempo, essa se tornou minha profissão."
Pelo mundo. Márcio fez carreira na Europa, pingando de país em país. Em 2005, começou a flertar com a ideia de voltar ao Brasil. Até 2009, dividia-se entre lá e cá. Voltou definitivamente e passou a treinar, de forma fixa ou esporádica, bartenders de estabelecimentos badalados - e a criar drinques para essas casas. "Treino para que os bartenders façam o cliente se sentir um convidado, ficar à vontade. É um trabalho de paixão."
Sua rotina é de dar inveja a muitos amantes de bebida: todo dia, visita dois bares para beber. Vai de um para outro de bicicleta. "É quando relaxo. Pedalando", diz.
E nas horas vagas também bebe? "Como bom brasileiro, em casa não dispenso uma cerveja. E uma caipirinha", conta. "Mas também sou fã de dry martini."

Estadão

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