segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Atividade industrial ficou estagnada em 2011, aponta CN

O desempenho da indústria em 2011 beirou a estagnação, assinala a pesquisa Indicadores Industriais de dezembro, com os dados consolidados do ano passado, divulgada nesta segunda-feira, 6 de fevereiro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Informa o levantamento que, à exceção do faturamento, que cresceu 5,1% sobre 2010, outros indicadores registraram desempenho modesto, com 0,9% mais nas horas trabalhadas e 2,2% no emprego.

A utilização da capacidade instalada (UCI) média manteve-se praticamente estável no ano passado, com recuo de apenas 0,1 ponto percentual sobre 2010, mas cresceram os salários, com 5,2% mais, e o rendimento médio real, com 3% acima do ano anterior, a maior alta desde o início da série histórica, em 2006.

Assinala a pesquisa que o comportamento da indústria em 2011 ficou “muito aquém” de 2010, quando o setor registrara índices elevados em comparação ao ano anterior – 9,9% no faturamento, 7,1% nas horas trabalhadas, 5,4% no emprego.

O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, atribuiu o que classificou como “ano frustrante para a indústria” ao câmbio valorizado, juros elevados e à crise econômica mundial, que arrefeceu a demanda externa. Para ele, o desempenho da indústria deve melhorar em 2012, apesar da forte concorrência dos produtos importados, sobretudo da China.

DESEMPENHO - Dos 19 setores analisados pela pesquisa, o que teve melhor desempenho em 2011 foi o de outros equipamentos de transporte (motocicletas. vagões, helicópteros, elevadores, entre outros itens). Neste setor, as horas trabalhadas cresceram 9,9% e o emprego aumentou 6,5% no ano passado sobre 2010.

O economista-chefe da CNI justificou tal performance à demanda da construção civil e ao fato de que alguns desses itens, por serem produzidos por encomenda, como vagões, por exemplo, estão descolados da conjuntura.

No pólo oposto, registraram o pior desempenho em 2011 os segmentos de têxteis, vestuário e madeira. No caso da área têxtil, houve redução de 9,2% no faturamento e queda de 2,5% na UCI média. “A maior exposição à forte concorrência com produtos importados afetou significativamente a produção do setor têxtil”, explicou Castelo Branco.

Na comparação de dezembro com novembro, a atividade industrial recuou. As horas trabalhadas tiveram queda de 1,2% e o faturamento diminuiu 2,7% no período, pelos dados com ajuste sazonal. Em dezembro, a UCI ficou em 81,3%, com declínio de 0,1 ponto percentual em comparação ao mês anterior, indicando estabilidade, pelos dados dessazonalizados.
FIEC Online

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