A tensão continua... Novembro 2011 | |||
Mês% | Ano % | ||
Ibovespa | -2,51% | -17,94% | |
Poupança | 0,56% | 6,82% | |
US$ (Ptax) | 6,40% | 8,82% | |
CDI | 0,86% | 10,59% | |
IPCA | 0,52% | 5,97% | |
Embora com um final de mês animador após o anúncio de ações coordenadas dos principais bancos centrais do mundo dando uma demonstração de boa vontade na busca pela solução – ou pelo menos amenização – da crise européia, o mês de outubro foi marcado por altos e baixos no humor dos mercados.
Tais ações coordenadas, lideradas pelas autoridades monetárias do Canadá, Inglaterra, Reino Unido, Suíça, Banco Central Europeu e Fed, visam ampliar sua capacidade de fornecer liquidez para o sistema financeiro global.
Desta forma, mesmo que temporariamente, pelo menos um dos objetivos foi alcançado: reduzir as pressões nos mercados financeiros. A partir do anúncio, as bolsas mundiais voltaram a subir e reduziram as perdas acumuladas durante o mês.
As conseqüências requeridas com este esfriamento nos ânimos são a mitigação dos efeitos dos apertos na oferta de crédito e incentivar a atividade econômica. Porém, estes passos demandam um pouco mais de tempo e exigem algo mais das autoridades destes países. O que vimos é que talvez 2012 seja curto para percorrer tão longo caminho.
E, assim como dissemos no mês passado, a situação continua bastante incerta, podendo este ter sido apenas o passo inicial de uma longa jornada a ser encarada pelos países europeus. As metas fiscais têm sido duras e difíceis de serem cumpridas, além disso, a luta política nos bastidores também tem deixado o caminho ainda mais tortuoso.
Não vislumbramos um bom início de ano para os mercados, com investidores desconfiados e bastante descrentes a cerca de um desfecho rápido e satisfatório. As próprias autoridades não têm dado sinais claros sobre a magnitude dessa crise.
Internamente, assim como outubro, novembro foi um mês de poucas novidades. Como previsto, o Banco Central reduziu novamente a Selic. O “ambiente global mais restritivo” foi o argumento utilizado para justificar a redução da taxa. A próxima reunião será apenas em janeiro do próximo ano e a expectativa é de que o Copom continue o processo de ajuste na Selic.
Já no primeiro dia deste mês, numa tentativa de manter a roda da economia brasileira girando, o governo anunciou medidas de estímulo ao consumo. Redução do IPI para a linha branca e do IOF sobre operações de crédito para pessoas físicas, além de zerar o IOF incidente sobre o investimento externo em ações e zerar também a alíquota de PIS/Cofins sobre massas.
Considerando o fraco crescimento do PIB no terceiro trimestre e que a bandeira deste governo é o crescimento econômico, tais medidas visam acelerar o quarto trimestre para que o ano feche com crescimento acima de 3%.
Em relação ao mercado de capitais, como esperado, novembro não foi um bom mês para a bolsa brasileira que devolveu parte dos ganhos acumulados em outubro.
Em dezembro, não conseguimos enxergar motivos para uma alta no índice Bovespa. Com a situação ainda indefinida na Europa e o clima político fervilhando nos Estados Unidos, a volatilidade deve estar bem presente nos pregões deste mês. Porém, para os mais chegados ao passado, há motivo para acreditar numa valorização das ações: nos últimos 12 anos o mês de dezembro sempre terminou no campo positivo, e em 31 dos 43 anos de existência do Ibovespa prevaleceu o sinal de alta no último mês do ano.
Para o mercado de juros, continuamos acreditando em pouca oscilação, mantendo a tendência de leve baixa.
O dólar talvez apresente maior volatilidade devido à incerteza externa, porém a tendência também deve ser de baixa, principalmente após o Governo retirar o IOF sobre operações de estrangeiros em bolsa, que deve atrair recursos para o país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário